MARIA AUXILIADORA LARA BARCELLOS
(DORA)
“Me chamo Maria
Auxiliadora Lara Barcellos. Apelido Dorinha-Dora-Dorinha ou Doralice. Tenho 30
anos, nasci e me criei no Brasil, pra onde irei voltar apesar de você. Sou um
dos mais autênticos produtos nacionais, nasci em Antônio Dias, Minas Gerais,
pra seu e nosso governo, amém. Num quarto de pensão – destino -, meu pai tava de
passagem e minha mãe sempre em sua, sempre em sua, sempre em sua companhia. E a
gente, por que não? Afinal, a maioria no Brasil está de passagem, procurando
seu posto definitivo, mas as aranhas e
piranhas não dão chance, não dão sossego”[1]
(Dora)
“A minha sogra
mexia lá na favela. Então levou a Lena[2]
e a Dora pra dar aula lá junto com ela. Dava aula pras crianças lá. Acho que
ela tinha 15 ou 16. Ela falava sempre que era uma miséria danada. Lá na favela
ela sentia demais (...) num era a pobreza não, era a miséria né.” [3]
(Mãe de Dora)
“Toda vida ela
falava que queria ser médica; estudar medicina. (...) Ela fez o vestibular, na
escola de medicina e passou em terceiro lugar (...). Ela começou a dar plantão
no Galba Veloso. Ela era responsável por sessenta crianças. Tinha dia que ela
chegava em casa assim, triste né. Ela falou assim:
- Tão triste mãe,
que os meninos estão comendo uma lavagem (...). Lá os doentes são tratados
muito mal (...).
Foi lá e falou com
o chefe, o diretor, então ele falava:
- Você para de
falar, que você vai ser presa, vai ser incluída (...) subversão”[4](Mãe de Dora)
“Aí ela foi.
Arrumou uma malinha e foi embora (...). Deixou uma carta escrita com a Maria
Helena (...). A carta falava pra Helena que ela ia embora e que ninguém ia
saber onde ela tava” [5](Mãe de Dora)
“A Chica[6],
que foi presa comigo, foi pro camburão, convenceu os policiais a deixá-la
voltar ao sobrado e convencer o Chael a se render e eles permitiram isso; preferiram
isso do que o risco de um tiroteio. Só que ela voltou, subiu, que era um
primeiro andar, também apanhou revólveres; nós tínhamos muitos no aparelho e
começou a atirar”[7](Espinosa falando de Dora)
“Nós reagimos até
que se acabasse a munição que tínhamos em casa (...). Havia uma pistola 45, uma
winchester, revólver 38, 32, bombas de fabricação caseira. Todo esse material
que se utiliza na guerrilha urbana (...). Eu tinha um pouco de raiva por ter
sido presa naquelas condições, porque achava que tinha sido enganada, mas medo?
Não!”[8] (Dora)
“(...) Um deles
buscou uma tesoura e enterrou na ponta dos seios e disse que ia cortar os seios
(...). Ao mesmo tempo eu tava levando bofetadas e palmatória. (...) Me jogavam
contra a parede, socavam minha cabeça. (...) Depois começaram a aplicação de
choque seco, que é o choque sem... sem água. Aplicaram, mais ou menos, uma meia
hora esse tipo de choque (...). Depois me deitaram no chão; jogaram baldes de
água e continuaram.”[9]
(Dora)
“Ela pulou do carro de cabelinho curtinho, que eles
cortaram. Vestido aberto assim... Chinela de uma das meninas e um outro chinelo
(...) Quando eu vi a Dorinha saí, encontrei com ela. Abracei ela e eu ficava
procurando:
- Onde é que eles te machucaram? Que que foi que eles
fizeram com você?
- Mãe, não chore! Eles não merecem!”[10] (Mãe de Dora)
“Maria Auxiliadora Lara Barcellos. Apelido
Dorinha-Dora-Dorinha ou Doralice”. No dia em que foi presa era Chica. Muito
bem, já viram aqui alguma coisa sobre a Dora pelos que lhe eram próximos e até
por ela mesma. Aqui exporei minha opinião sobre quem era essa mulher baseado, é
claro, no que andei lendo, vendo, fuçando. Aqui vai apenas um texto escrito da
forma mais sintética que consigo.
O Brasil da ditadura... Em meio a
uma repressão que forçava o povo a calar-se quando se tratava a divergências em
relação à política, algumas pessoas eram bem teimosas e lá estavam falando,
apontando erros. Foram presos. Alguns outros entenderam que para enfrentar um
inimigo armado deve-se usar de armas. Grupos armados inspirados nas ideias de
guerrilha urbana e rural para derrubar a ditadura então vigente se formaram e
foram a luta. A Ditadura foi implacável e muitos jovens intelectuais da época foram
assassinados. Os desaparecidos... Quantos são afinal? Hoje, porém, não vim
escrever sobre os desaparecidos ou os mortos que eram atropelados em “simples
acidentes de trânsito”, mas que tinham os corpos furados de balas. Não sei como
é que é isso, mas, como disse, vim falar de Dora.
VAR-Palmares era a organização da
qual fazia parte. Estava em uma função mais de apoio. Não era encarregada de ir
à luta diretamente, o que não a impediu de ludibriar os agentes do DOPS[11]
no ato de sua prisão e meter fogo contra os mesmos juntamente com Chael[12].
Torturada,
não entregou pontos[13],
aparelhos[14],
nomes ou planos da VAR-Palmares. Ficou meses com sua nudez exposta, teve sua
dignidade solapada como tantos outros e outras que lutaram pelas coisas que
acreditavam.
Em 07 de dezembro de 1970 o
embaixador da Suíça foi sequestrado pela VPR[15]
e, para devolver o embaixador com vida, exigiu-se do governo brasileiro que 70
presos políticos fossem libertados. O nome de Dora fazia parte da lista e, em
13 de janeiro de 1971, 70 brasileiros eram banidos para o Chile.
Vida nova... Alguns continuaram a
militância no Chile. Estavam com os pés lá, mas os corações e a cabeça continuavam
no país que os havia banido. Dora estava mais convencida ainda de que não
existia forma de combater a ditadura senão com um fuzil.[16]
Reinaldo Guarany[17]
recrutara-a para a ALN[18],
grupo guerrilheiro do qual fazia parte e que, juntamente com a VPR, podem ser
considerados os grupos de viés mais... Digamos... Xiita, que mais ia pra
porrada por assim dizer.
“Eu
era criança e idealista. Hoje sou adulta e materialista, mas continuo sonhando.”
[19]
Dora tinha a capacidade de se
indignar com as injustiças sociais como fica explícito nas citações de dona
Clélia que pus no início desse texto, mas a caridade pura e simples, a
tentativa de minorar as mazelas sociais através de ações pontuais de ajudas
específicas a Fulano, Sicrano ou mesmo Beltrano deixou de trazer paz a Dora[20]
e, quando em contato com estudos marxistas, percebeu que as mazelas que a
incomodavam, a fome, desnutrição, à falta de acesso a educação, a
impossibilidade de ação do povo na decisão dos rumos do país devido à política
existente a época; todas essas coisas só seriam sanadas se as bases desse
sistema que reproduz a desigualdade social fossem totalmente destruídas e
nascesse daí um novo sistema em que o povo passasse a ser senhor de si mesmo.
“Eu era criança e idealista. Hoje sou adulta e materialista, mas continuo
sonhando”. Foi presa por esse sonho e expulsa[21]
do país.
O Chile acolheu os brasileiros.
Havia ali um governo eleito pelo povo que dizia claramente que o objetivo era
chegar ao socialismo sem que houvesse a necessidade de armas. Muitas forças
conspiraram contra essa ideia[22].
O Presidente do Chile era Allende e tinha seu poder alicerçado no povo, mas em
11 de setembro de 1973 o palácio presidencial foi bombardeado com o presidente
dentro. O Chile caía nas mãos de Pinochet e a caça aos comunistas, socialistas,
militantes de esquerda e o diabo a quatro tornou-se intensa. Os Setenta[23]
eram vistos pela repressão chilena como aliados de Allende e soldados
comunistas altamente treinados pela prática efetiva de combate aos militares
brasileiros e, portanto, muito perigosos.
O Chile banhou-se em sangue. O Estádio
Nacional do Chile foi usado para manter presos sob a mira de fuzis e todos os
dias em seus “porões” aumentava o número de corpos.
Dora e Guarany conseguiram refúgio
na embaixada do México para onde voaram, mas sem serem aceitos no país e com
prazo de duas semanas para deixá-lo. França e Bélgica seriam refúgios
passageiros até que finalmente se fixaram na Alemanha Ocidental[24].
A igreja evangélica alemã mantinha
um programa de bolsas para estudantes do terceiro mundo o qual Dora fora
inserida juntamente com seu companheiro Reinaldo Guarany. A vida seguia. Dora
voltava a estudar medicina (psiquiatria).
Ainda na Alemanha não foram
inteiramente aceitos. O pedido de asilo político era protelado. Receberam
apenas um papel que dizia que eles eram apátridas. Não tinham permissão para
sair de Berlim. A Alemanha Ocidental não era muito simpática a guerrilheiros
comunistas e, há de se pesar também que o fato de Reinaldo Guarany ter participado
do sequestro do embaixador alemão pode ter atrapalhado um pouco as coisas. Na
Alemanha o cara foi processado até por bigamia.
Apesar disso Dora vinha levando a
vida. Sempre teve facilidade de se relacionar com as pessoas e de se adaptar
aos locais por onde passava. Era alegre, disposta a aprender e a aceitar as
culturas dos países por onde passou. Tinha uma moral rígida, ética firme. Uma
mulher determinada, decidida.
Quem pode dizer o que se passava na
cabeça de Dora naquele dia primeiro de junho de 1976? Alguma coisa havia
quebrado na mente de Dora. Dois meses antes tivera um surto e precisou ser
internada; foi voluntariamente, mas convencida pelo pastor Dressell[25].
Depois de um tempo, saíra, mas continuava o tratamento.
Naquela primeira manhã do mês de
junho Dora se despediu de Guarany dizendo que ia a clínica... Chegou à estação
do metrô e se atirou na frente do primeiro trem.
“Você,
minha filha, teve uma vida curta, mas viveu intensamente. Viveu mais do que
muitos que vivem 100 anos. Você fez o que estava no seu coração.
Ela
falava comigo: Se eu não falar alguma coisa mamãe, eu serei uma covarde.
Eu
falei: Você é a minha palmatória do mundo!
Ela
falava: Não é hoje, não é amanhã, quinhentos anos, mil anos. A história do país
muda é assim; é devagar, com o sofrimento de quem tem força pra sofrer”.[26]
(Dona Clélia,
mãe de Dora)
“Ao massacre sofrido pela Maria Auxiliadora (...) Eu imputo isso a... também a
desagregação psíquica que ela sofreu em consequência dessas violências que não
foram apenas físicas, mas violências de natureza moral e psicológicas”[27](Espinosa)
“Na verdade, Maria Auxiliadora foi morta
por aqueles que a haviam torturado de maneira horrível, sete anos antes, em prisões
brasileiras. A enfermidade psíquica, em 1976, sem dúvida fora consequência das tormentas físicas e psíquicas que a então moça de 25 anos tivera de sofrer nos
seus dois anos de prisão, martírio que a levou até o limite da loucura e mais
além.”[28]
(Dressell)
”Não sei se sorria ou chorava (...) ela foi
caminhando entre as flores do parque do nosso Wohnheim, confundindo-se com os
brilhos da noite passada, que ofuscavam meus olhos. E eu nunca mais a vi.”[29]
(Reinaldo Guarany)
“Me
chamo Maria Auxiliadora Lara Barcellos. Apelido Dorinha-Dora-Dorinha ou
Doralice. Tenho 30 anos, nasci e me
criei no Brasil, pra onde irei voltar apesar de você”.
Dora voltou para o
Brasil mais de 10 dias depois de sua morte num caixão fechado. Havia um impasse
se o corpo podia ou não voltar uma vez que ela tinha sido banida. Prevaleceu a
tese de que o banimento só era válido em vida e o corpo de Dora pôde ser
enterrado pela família e amigos aqui no Brasil.
É difícil entender
o que se passava na cabeça de Dora eu já disse, mas uma mulher que viveu um
tempo em que as revoluções explodiam em todos os cantos, que parecia possível
destruir a sistemática de reprodução de injustiça social; que lutou, que tentou
a revolução... Em 1976 já não parecia mais possível vencer os militares pela
força. Os grupos guerrilheiros haviam sido exterminados. Dora, longe da maioria dos amigos, talvez já não tivesse amparo e nem um ideal e, além do mais... Porra, não dá talvez nem
pra fazer conjeturas então, para não fazer suposições levianas termino por aqui
e deixo vocês apenas com a expressão da dor de sua mãe em seu enterro:
“Aí
eu falei: Você vai ficar aqui eternamente. Aqui é o seu lugar e agora ninguém
põe a mão em você mais”.[30]
[1]
Brasil 1964/19??, Memória do exílio . Obra Coletiva dirigida e coordenada por
Pedro Celso Uchôa Cavalcanti e Jovelino Ramos.
O trecho é da página 315 e é o Depoimento de Maria Auxiladora Lara
Barcellos.
[2]
Refere-se a Maria Helena, irmã de Dora.
[3]
Entrevista realizada pelo programa Memória e Poder com Clélia Lara Barcellos,
mãe de Dora.
[4]
Entrevista realizada pelo programa Memória e Poder com Clélia Lara Barcellos,
mãe de Dora.
[5]
Entrevista realizada pelo programa Memória e Poder com Clélia Lara Barcellos,
mãe de Dora.
[6] Os
guerrilheiros , obviamente, não usavam o nome verdadeiro. Quando alguém do
grupo era preso, todos que corriam risco de ter seus nomes revelados trocavam
os nomes; dessa forma a maioria dos guerrilheiros adotaram vários nomes
enquanto persistia a luta.
[7]
Depoimento dado por Antônio Roberto Espinosa na Comissão Nacional da Verdade
falando sobre a prisão e tortura NA Vila Militar, Chael Charles Shairer, Ele
mesmo e Maria Auxiliadora Lara Barcellos
[8] Depoimento
dado por Antônio Roberto Espinosa na Comissão Nacional da Verdade falando sobre
a prisão e tortura NA Vila Militar, Chael Charles Shairer, Ele mesmo e Maria
Auxiliadora Lara Barcellos.
[9]
Dora, no documentário: Report on Torture.
[10]
Entrevista realizada pelo programa Memória e Poder com Clélia Lara Barcellos,
mãe de Dora. Na citação em questão, dona Clélia fala de uma visita que fez a
Dora já na prisão após passaram os momentos mais críticos do “interrogatório”.
[11]
Departamento de Ordem Política e Social. (Uma polícia política)
[12]
Preso com Dora e Espinosa, morrera em seguida na Vila Militar sob tortura.
[13]
Quando um guerrilheiro marcava um encontro com outro, algo que deveria ser
secreto com data e horários bem precisos. Caso um ponto fosse descoberto pela
polícia podia significar prisão e tortura ou até morte daqueles que tinham um
marcado esse encontro.
[14]
Local onde moravam por algum tempo alguns integrantes de um grupo guerrilheiro.
[15]
Vanguarda Popular Revolucionária.
[16]
Conversas minhas com Reinaldo Guarany.
[17]
Vivera com Dora entre idas e vindas de 1971 até 1976
[18]
Ação Libertadora Nacional
[19]
Texto de Dora em: Brasil 1964/19??, Memória do exílio . Obra Coletiva dirigida
e coordenada por Pedro Celso Uchôa Cavalcanti e Jovelino Ramos. O trecho é da página 315 e é o Depoimento de
Maria Auxiliadora Lara Barcellos.
[20]
Conclusão minha.
[21]
Todos os presos políticos trocados por embaixadores sequestrados no período da
ditadura militar brasileira foram oficialmente banidos do país, perdendo
inclusive a nacionalidade.
[22]
Documentário “A Batalha do Chile”
[23]
Os brasileiros trocados pelo embaixador da Suíça eram chamados dessa forma no
Chile.
[24]
Aos mais novos, a Alemanha fora dividida após a Segunda Guerra Mundial em Ocidental
(capitalista) e Oriental (comunista). A divisão perdurou até 1990.
[25] O
mesmo que lhe fornecera a bolsa de estudos.
[26]
Entrevista realizada pelo programa Memória e Poder com Clélia Lara Barcellos,
mãe de Dora.
[27]
Depoimento dado por Antônio Roberto Espinosa na Comissão Nacional da Verdade
falando sobre a prisão e tortura NA Vila Militar, Chael Charles Shairer, Ele
mesmo e Maria Auxiliadora Lara Barcellos.
[28]
DRESSELL, Heinz; In
Memoriam Maria Auxiliadora Barcelos Lara (Dressel foi o pastor que conseguiu
bolsa de estudos para Dora.)
[29]
GUARANY, Reinaldo; A Fuga
[30]Entrevista
realizada pelo programa Memória e Poder com Clélia Lara Barcellos, mãe de Dora.
BIBLIOGRAFIA
Pedro Chaskel e Luiz Sanz: Não é hora de chorar . https://www.youtube.com/watch?v=l1bZZ1TWepM
Critica comparativa entre os livros “a fuga” e “os fornos quentes” de Reinaldo Guarani http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/reh/article/viewFile/2258/1397
CARVALHO, Luiz Maklouf; MULHERES QUE FORAM À LUTA ARMADA.
ESPINOSA, Antônio Roberto Depoimento dado por na Comissão Nacional da Verdade falando sobre a prisão e tortura NA Vila Militar, Chael Charles Shairer, Ele mesmo e Maria Auxiliadora Lara Barcellos: https://www.youtube.com/watch?v=h9km9Cp-t04
IN MEMORIAM MARIA AUXILIADORA BARCELOS LARAhttp://www.menschenrechte.org/lang/de/lateinamerika/maria-auxiliadora-barcelos-lara
GUARANY, Reinaldo; A Fuga
GUSMÁN, Patrício; A BATALHA DO CHILE. https://www.youtube.com/watch?v=L_JHLTeRHr8
GASPARI, Elio; Ditadura Escancarada
Memória e Poder; Entrevista realizada pelo programa com Clélia Lara Barcellos, mãe de Dora. https://www.youtube.com/watch?v=h2J7bkR66yo
ESPINOSA, Antônio Roberto; Entrevista com : http://www.visaooeste.com.br/50-anos-do-golpe-tenho-pena-dos-torturadores-diz-espinosa/
Comissão Especial sobre MORTOS e DESAPARECIDOS POLÍTICOS http://cemdp.sdh.gov.br/modules/desaparecidos/acervo/ficha/cid/199
70 SÃO LIBERTADOS NO ÚLTIMO SEQUESTRO http://memorialdademocracia.com.br/card/70-sao-libertados-no-ultimo-sequestro
UCHÔA, Pedro Celso Cavalcanti e RAMOS, Jovelino; Brasil 1964/19??, Memória do exílio . Obra Coletiva dirigida e coordenada por Pedro Celso Uchôa Cavalcanti e Jovelino Ramos. O trecho é da página 315 e é o Depoimento de Maria Auxiliadora Lara Barcellos.